LITURGIA 

MISSA VESPERTINA DA CEIA DO SENHOR [QUINTA-FEIRA SANTA] | ANO B I LITURGIA

28 de março de 2024 | ANO B


QUINTA-FEIRA DA CEIA DO SENHOR
MISSA VESPERTINA
1. A Missa da Ceia do Senhor celebra-se de tarde, à hora mais conveniente, com plena participação de toda a comunidade local; nela, todos os sacerdotes e ministros exercem o seu ofício próprio.
2. Os sacerdotes que tiverem concelebrado na Missa Crismal, ou tiverem celebrado para utilidade dos fiéis, podem novamente concelebrar nesta Missa Vespertina.
3. Onde o exigir o interesse pastoral, o Ordinário do lugar pode permitir a celebração de outra Missa nas igrejas e oratórios nas horas vespertinas e, em casos de verdadeira necessidade, até da parte da manhã, mas só para os fiéis que de nenhum modo podem tomar parte na Missa Vespertina. Deve evitar-se, no entanto, que tais celebrações se façam em proveito de pessoas particulares ou de pequenos grupos e que possam prejudicar a Missa Vesper­tina principal.
4. A sagrada Comunhão só pode ser distribuída aos fiéis durante a Missa. Aos doentes, porém, pode levar-se a qualquer hora do dia.
5. Os altares sejam ornamentados com flores, tendo em conta a moderação apropriada à índole deste dia. O sacrário deve estar completamente vazio. Para a comunhão do clero e dos fiéis, consagre-se nesta Missa pão suficiente para hoje e amanhã.
6. ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Gl 6, 14
Toda a nossa glória está na cruz
de Nosso Senhor Jesus Cristo.
N'Ele está a nossa salvação, vida e ressurreição.
Por Ele fomos salvos e livres.
7. Diz-se o Glória. Enquanto se canta este hino, tocam-se os sinos, que não voltarão a tocar-se até ao Glória da Vigília Pascal, a não ser que o bispo diocesano julgue oportuno estabelecer outra coisa. Também, durante o mesmo tempo, o órgão e outros instrumentos musicais só podem ser utilizados para sustentar o canto.
8. ORAÇÃO COLETA
Senhor nosso Deus,
que nos reunistes para celebrar a Ceia santíssima
em que o vosso Filho unigénito,
antes de Se entregar à morte,
confiou à Igreja o sacrifício e o banquete da nova e eterna aliança,
fazei que recebamos neste grande sacramento
a plenitude da caridade e da vida.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.LEITURA I Ex 12, 1-8.11-14
Com o banquete pascal, o povo hebreu revivia, todos os anos, a libertação do Egito e a sua constituição como «povo», em consequência dessa ação libertadora de Deus. Através desse rito pascal, que consistia na imolação de um cordeiro, agradeciam também todas as outras intervenções salvíficas de Deus, ao longo dos séculos, e proclamavam a sua esperança na libertação definitiva.
Leitura do Livro do Êxodo
Naqueles dias, o Senhor disse a Moisés e a Aarão na terra do Egito: «Este mês será para vós o princípio dos meses; fareis dele o primeiro mês do ano. Falai a toda a comunidade de Israel e dizei-lhe: No dia dez deste mês, procure cada qual um cordeiro por família, uma rês por cada casa. Se a família for pequena demais para comer um cordeiro, junte-se ao vizinho mais próximo, segundo o número de pessoas, tendo em conta o que cada um pode comer. Tomareis um animal sem defeito, macho e de um ano de idade. Podeis escolher um cordeiro ou um cabrito. Deveis conservá-lo até ao dia catorze desse mês. Então, toda a assembleia da comunidade de Israel o imolará ao cair da tarde. Recolherão depois o seu sangue, que será espalhado nos dois umbrais e na padieira da porta das casas em que o comerem. E comerão a carne nessa mesma noite; comê-la-ão assada ao fogo, com pães ázimos e ervas amargas. Quando o comerdes, tereis os rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. Comereis a toda a pressa: é a Páscoa do Senhor. Nessa mesma noite, passarei pela terra do Egito e hei de ferir de morte, na terra do Egito, todos os primogénitos, desde os homens até aos animais. Assim exercerei a minha justiça contra os deuses do Egito, Eu, o Senhor. O sangue será para vós um sinal, nas casas em que estiverdes: ao ver o sangue, passarei adiante e não sereis atingidos pelo flagelo exterminador, quando Eu ferir a terra do Egito. Esse dia será para vós uma data memorável, que haveis de celebrar com uma festa em honra do Senhor. Festejá-lo-eis de geração em geração, como instituição perpétua».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 115 (116), 12-13.15-16bc.17-18 (R. cf. 1 Cor 10, 16)
Refrão: O cálice de bênção é comunhão do Sangue de Cristo. Repete-se
Como agradecerei ao Senhor
tudo quanto Ele me deu?
Elevarei o cálice da salvação,
invocando o nome do Senhor. Refrão
É preciosa aos olhos do Senhor
a morte dos seus fiéis.
Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva:
quebrastes as minhas cadeias. Refrão
Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor,
invocando, Senhor, o vosso nome.
Cumprirei as minhas promessas ao Senhor,
na presença de todo o povo. RefrãoLEITURA II 1 Cor 11, 23-26
A libertação definitiva já chegou: «O nosso Cordeiro Pascal que é Cristo, foi imolado»!
(I Cor. 5, 7).
Possuídos por essa certeza, desde o começo da Igreja os cristãos se reuniam para celebrar o Memorial do Sacrifício redentor de Cristo, a Eucaristia, por Ele instituída como Páscoa da Nova Aliança.
Ao celebrarem, porém, o Memorial da Morte do Senhor nem sempre os cristãos estavam unidos na caridade, como acontecia em Corinto, 25 anos após a morte do Senhor. Por isso, Paulo lhes lembra que a Eucaristia e a Igreja, o Corpo sacramental e o Corpo Místico, estão intimamente ligados. Uma Eucaristia celebrada entre divisões deixaria de ser o sinal da união de todos os homens em Cristo.

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus, na noite em que ia ser entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu Corpo, entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim». Do mesmo modo, no fim da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova aliança no meu Sangue. Todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de Mim». Na verdade, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor, até que Ele venha.
Palavra do Senhor.ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Jo 13, 34
Refrão: Glória a Vós, Jesus Cristo, Palavra do Pai. Repete-se
Dou-vos um mandamento novo, diz o Senhor:
Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. RefrãoEVANGELHO Jo 13, 1-15
«Amou-os até ao fim»
Pelo Seu gesto, que constitui um dos momentos importantes da Ceia Pascal, Jesus manifesta-nos, concretamente, a Sua realidade de «Servo», ou seja a Sua humilhação, que atingirá o limite extremo na Cruz. Recorda-nos, na hora da Sua passagem para o Pai, onde está a essência da Sua doutrina. Manda aos Seus discípulos que, como Ele e com Ele, estejam ao serviço humilde, generoso e eficaz dos irmãos.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. No decorrer da ceia, tendo já o Demónio metido no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, a ideia de O entregar, Jesus, sabendo que o Pai Lhe tinha dado toda a autoridade, sabendo que saíra de Deus e para Deus voltava, levantou-Se da mesa, tirou o manto e tomou uma toalha, que pôs à cintura. Depois, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que pusera à cintura. Quando chegou a Simão Pedro, este disse-Lhe: «Senhor, Tu vais lavar-me os pés?». Jesus respondeu: «O que estou a fazer, não o podes entender agora, mas compreendê-lo-ás mais tarde». Pedro insistiu: «Nunca consentirei que me laves os pés». Jesus respondeu-lhe: «Se não tos lavar, não terás parte comigo». Simão Pedro replicou: «Senhor, então não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça». Jesus respondeu-lhe: «Aquele que já tomou banho está limpo e não precisa de lavar senão os pés. Vós estais limpos, mas não todos». Jesus bem sabia quem O havia de entregar. Foi por isso que acrescentou: «Nem todos estais limpos». Depois de lhes lavar os pés, Jesus tomou o manto e pôs-Se de novo à mesa. Então disse-lhes: «Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-Me Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque o sou. Se Eu, que sou Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo, para que, assim como Eu fiz, vós façais também».
Palavra da salvação.Liturgia eucarística
14. No início da Liturgia eucarística, pode organizar-se uma procissão dos fiéis, na qual, com o pão e o vinho, se podem apresentar ofertas para os pobres.
Entretanto, canta-se a antífona Ubi caritas ou outro cântico apropriado.
Ant. Onde há caridade verdadeira aí habita Deus.
Aqui nos reuniu o amor de Cristo:
Alegremo-nos e exultemos em seu nome;
Com temor e amor cantemos ao Deus vivo
E amemo-nos de todo o coração.
Ant. Onde há caridade verdadeira aí habita Deus.
Quando em nome de Deus nos reunimos,
Não nos separemos pela discórdia.
Acabem discussões e contendas
Para ficar entre nós o Senhor Jesus Cristo.
Ant. Onde há caridade verdadeira aí habita Deus.
E assim com os anjos e os santos
Veremos um dia, ó Cristo, a glória do vosso rosto,
Alegria eterna e gloriosa,
Pelos séculos sem fim. Amen.
15. ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei-nos, Senhor,
a graça de participar dignamente nestes mistérios,
pois todas as vezes que celebramos o memorial deste sacrifício
realiza-se a obra da nossa redenção.
Por Cristo nosso Senhor.
16. PREFÁCIO I DA SANTÍSSIMA EUCARISTIA
O sacrifício e o sacramento de Cristo
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte,
por nosso Senhor Jesus Cristo.
Verdadeiro e eterno sacerdote,
oferecendo-Se como vítima de salvação,
instituiu o sacrifício da nova e eterna aliança
e mandou que o celebrássemos em sua memória.
O seu Corpo, por nós imolado,
é alimento que nos fortalece
e o seu Sangue, por nós derramado,
é bebida que nos purifica.
Por isso, com os anjos e os arcanjos,
os tronos e as dominações
e todos os coros celestes,
proclamamos a vossa glória,
dizendo (cantando) numa só voz:
Santo, Santo, Santo,
Senhor Deus do universo.
O céu e a terra proclamam a vossa glória.
Hossana nas alturas.
Bendito O que vem em nome do Senhor.
Hossana nas alturas.
No Cânone romano e nas Orações eucarísticas:
17. No Cânone romano diz-se o Em comunhão com toda a Igreja, o Aceitai benignamente e o Na véspera da sua paixão próprios. Também nas Orações eucarísticas II e III se fazem as comemorações próprias.
Cânone Romano
Como no Ordinário da Missa, exceto os textos próprios:
20. Comemoração dos Santos
Celebrante principal ou concelebrante [2]:
Em comunhão com toda a Igreja,
ao celebrarmos o dia santíssimo
em que nosso Senhor Jesus Cristo Se entregou por nós,
veneramos a memória da gloriosa sempre Virgem Maria,
Mãe do nosso Deus e Senhor, Jesus Cristo,
e também a de são José, seu esposo,
e a dos bem-aventurados apóstolos e mártires:
Pedro e Paulo, André,
(Tiago, João, Tomé, Tiago, Filipe,
Bartolomeu, Mateus, Simão e Tadeu;
Lino, Cleto, Clemente,
Sixto, Cornélio, Cipriano,
Lourenço, Crisógono,
João e Paulo, Cosme e Damião)
e de todos os santos.
Por seus méritos e orações,
concedei-nos, em tudo e sempre, auxílio e proteção.
(Por Cristo nosso Senhor. Amen.)
Celebrante principal:
21. De braços abertos, continua:
Aceitai benignamente, Senhor, a oblação que nós, vossos servos,
com toda a vossa família, Vos apresentamos.
Nós Vo-la oferecemos neste dia,
em que nosso Senhor Jesus Cristo confiou aos seus discípulos
a celebração dos mistérios do seu Corpo e Sangue.
Dai a paz aos nossos dias, livrai-nos da condenação eterna
e contai-nos entre os vossos eleitos.
Junta as mãos.
(Por Cristo nosso Senhor. Amen.)
Celebrante principal e concelebrantes:
22. Com as mãos estendidas sobre as oblatas, diz:
Santificai, Senhor, esta oblação com o poder da vossa bênção
e recebei-a como sacrifício espiritual perfeito,
de modo que se converta para nós
no Corpo e Sangue de vosso amado Filho,
nosso Senhor Jesus Cristo.
Junta as mãos.
23. Nas fórmulas que se seguem, as palavras do Senhor devem pronunciar-se clara e distintamente, como o requer a natureza das mesmas palavras.
Hoje, na véspera da sua paixão,
por nós e por todos os homens,
Toma o pão e, sustentando-o um pouco elevado sobre o altar, continua:
Ele tomou o pão em suas santas e adoráveis mãos
Eleva os olhos.
e, levantando os olhos ao céu
para Vós, Deus, seu Pai todo-poderoso,
dando graças Vos bendisse,
partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo:
Inclina-se um pouco.
Tomai, todos, e comei:
isto é o meu Corpo,
que será entregue por vós.
Mostra ao povo a hóstia consagrada, coloca-a sobre a patena e genuflete em adoração.
24. Depois, continua:
De igual modo, no fim da Ceia,
Toma o cálice e, sustentando-o um pouco elevado sobre o altar, continua:
tomou este sagrado cálice em suas santas e adoráveis mãos,
dando graças Vos bendisse,
e deu-o aos seus discípulos, dizendo:
Inclina-se um pouco.
Tomai, todos, e bebei:
este é o cálice do meu Sangue,
o Sangue da nova e eterna aliança,
que será derramado por vós e por todos
para remissão dos pecados.
Fazei isto em memória de Mim.
Mostra ao povo o cálice, coloca-o sobre o corporal e genuflete em adoração.
25. Em seguida, diz:
Celebrante principal:
Mistério da fé!
O povo aclama, dizendo:
Anunciamos, Senhor, a vossa morte,
proclamamos a vossa ressurreição.
Vinde, Senhor Jesus!
Ou: Mistério admirável da nossa fé!
O povo aclama, dizendo:
Quando comemos deste pão e bebemos deste cálice,
anunciamos, Senhor, a vossa morte,
esperando a vossa vinda gloriosa.
Ou: Mistério da fé para a salvação do mundo!
O povo aclama, dizendo:
Glória a Vós, que morrestes na cruz e agora viveis para sempre.
Salvador do mundo, salvai-nos.
Vinde, Senhor Jesus!
Continua no Ordinário da Missa, exceto o seguinte:
33. É recomendável que o sacerdote, no momento da comunhão, entregue, da mesa do altar, a Eucaristia aos diáconos ou acólitos ou outros ministros extraordinários, os quais a levarão depois aos enfermos que comungam em sua casa.
34. Antífona da comunhão 1Cor 11, 24.25
Isto é o meu Corpo, entregue por vós;
este é o cálice da nova aliança no meu Sangue, diz o Senhor.
Fazei isto em memória de Mim.
35. Terminada a distribuição da Comunhão, deixa-se sobre o altar a píxide com as partículas para a comunhão do dia seguinte. O sacerdote, da sua sede, diz:
36. Oração depois da comunhão
Deus todo-poderoso e eterno,
que hoje nos alimentastes na Ceia do vosso Filho,
saciai-nos um dia na ceia do reino eterno.
Por Cristo nosso Senhor.Trasladação do Santíssimo Sacramento
37. Terminada a oração, o sacerdote, de pé, põe incenso no turí­bulo e, de joelhos, incensa por três vezes o Santíssimo Sacramento. Em seguida, toma o véu de ombros de cor branca, levanta-se e pega na píxide, cobrindo-a com as extremidades do véu.
38. Organiza-se a procissão, na qual, com círios e incenso, se leva o Santíssimo Sacramento, através da igreja, para o lugar da reserva, preparado em alguma parte da igreja ou numa capela convenientemente ornamentada. À frente vai um ministro leigo com a cruz, no meio de outros dois com círios acesos. Diante do sacerdote que transporta o Santíssimo Sacramento vai o turiferário com o turíbulo aceso. Entretanto, canta-se o hino Canta, Igreja, o Rei do mundo (Pange, lingua) __ exceto as duas últimas estrofes __ ou outro cântico eucarístico.
39. Chegada a procissão ao lugar da reserva, o sacerdote, eventualmente ajudado pelo diácono, depõe a píxide no tabernáculo, cuja porta fica aberta. Seguida­mente, põe incenso no turíbulo e, de joelhos, incensa o Santíssimo Sacramento. Entretanto, canta-se o Tantum ergo sacramentum ou outro cântico eucarístico. Depois, o diácono ou o próprio sacerdote fecha a porta do tabernáculo.
40. Depois de algum tempo de oração em silêncio, o sacerdote e os ministros fazem a genuflexão e retiram-se para a sacristia.
41. No tempo oportuno faz-se a desnudação do altar e, se possível, retiram-se as cruzes da igreja. Se algumas ficam na igreja, é conveniente cobri-las.
42. A Hora de Vésperas não é celebrada por aqueles que tomaram parte na Missa da Ceia do Senhor.
43. Convidem-se os fiéis a dedicar algum tempo da noite à adoração do Santíssimo Sacramento, tendo em conta as circunstâncias e as diversas situações locais. A partir da meia noite, esta adoração faz-se sem solenidade.
44. Se na mesma igreja não se celebra a Paixão do Senhor na Sexta-feira seguinte, a Missa conclui na forma habitual e repõe-se o Santíssimo Sacramento no tabernáculo.

Missa

1. Segundo uma antiquíssima tradição da Igreja, são proibidas neste dia to­das as Missas sem participação do povo.MISSA CRISMAL
2. A bênção do óleo dos enfermos, do óleo dos catecúmenos e a consagração do crisma é normalmente feita neste dia pelo bispo, segundo o ritual descrito no Pontifical Romano, na Missa que celebra de manhã.
3. Se, neste dia, for difícil reunir o clero e o povo com o bispo, a Missa crismal pode ser antecipada para outro dia, mas nas proximidades da Páscoa.
4. Esta Missa, que o bispo concelebra com o seu presbitério, deve manifestar a comunhão dos presbíteros com o seu bispo. Convém, por isso, que, na medida do possível, todos os presbíteros nela tomem parte e comunguem sob as duas espécies. Para melhor significar esta unidade do presbitério da diocese, os presbíteros que concelebram com o seu bispo devem ser das várias regiões da diocese.
5. Segundo a tradição, a bênção do óleo dos enfermos faz-se antes do fim da Oração eucarística; a bênção do óleo dos catecúmenos e a consagração do crisma fazem-se depois da comunhão. No entanto, por motivos pastorais, pode realizar-se todo o rito da bênção depois da liturgia da palavra.
Ritos iniciais e liturgia da palavra
6. ANTÍFONA DE ENTRADA Ap 1, 6
Jesus Cristo fez de nós um reino de sacerdotes para Deus seu Pai.
Louvor e glória a Cristo pelos séculos dos séculos. Amen.
Diz-se o Glória.
7. ORAÇÃO COLETA
Senhor nosso Deus,
que, pela unção do Espírito Santo,
constituístes o vosso Filho unigénito Messias e Senhor,
concedei-nos que, participando na sua consagração,
sejamos no mundo testemunhas do seu Evangelho.
Ele que é Deus e convosco vive e reina,
na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I Is 61, 1-3a.6a.8b-9
«O Senhor me ungiu e me enviou a anunciar a boa nova aos pobres
e a levar-lhes o óleo da alegria»
Jesus de Nazaré é chamado Cristo, nome que significa Ungido, isto é, marcado pelo Espírito Santo, como foi manifestado na hora do seu Batismo. Os membros do seu Corpo, que é a Igreja, chamam-se, por sua vez, "cristãos", porque participam da unção de Cristo, sua Cabeça. Para o significar serão ungidos com o Óleo do Crisma, que nesta celebração todos os anos é consagrado. É a todo o povo de Deus que esta leitura, agora aqui, se refere ao chamar-lhes "Sacerdotes do Senhor", "Ministros do nosso Deus". Esta unção dos Óleos e a Consagração do Crisma faz-se agora para que esteja tudo preparado para a celebração da Vigília, em que eles vão ser necessários.
Leitura do Livro de Isaías
O espírito do Senhor está sobre mim,
porque o Senhor me ungiu e me enviou
a anunciar a boa nova aos infelizes,
a curar os corações atribulados,
a proclamar a redenção aos cativos
e a liberdade aos prisioneiros,
a proclamar o ano da graça do Senhor
e o dia da ação justiceira do nosso Deus;
a consolar todos os aflitos,
a levar aos aflitos de Sião uma coroa em vez de cinza,
o óleo da alegria em vez do trajo de luto,
cânticos de louvor em vez de um espírito abatido.
Vós sereis chamados «Sacerdotes do Senhor»
e tereis o nome de «Ministros do nosso Deus».
– Eu lhes darei fielmente a recompensa
e firmarei com eles uma aliança eterna –.
A sua linhagem será conhecida entre os povos
e a sua descendência no meio das nações.
Quantos os virem terão de os reconhecer
como linhagem que o Senhor abençoou.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 88 (89), 21-22.25.27 (R. cf. 2a)
Refrão: Senhor, cantarei eternamente a vossa bondade.
Encontrei David, meu servo,
ungi-o com o óleo santo.
Estarei sempre a seu lado
e com a minha força o sustentarei.
A minha fidelidade e bondade estarão com ele,
pelo meu nome será firmado o seu poder.
Ele me invocará: «Vós sois meu Pai,
meu Deus, meu Salvador».
LEITURA II Ap 1, 5-8
«Fez de nós um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai»
O que o profeta já no Antigo Testamento dizia dos membros do povo de Deus, chamando-lhes "sacerdotes do Senhor", di-lo agora, com mais razão o Novo Testamento tratando a Igreja de Cristo como "reino de sacerdotes" ou "povo sacerdotal", ungido pelo sangue de Jesus.
Leitura do Apocalipse de São João
A graça e a paz vos sejam dadas
por Jesus Cristo, a Testemunha fiel,
o Primogénito dos mortos, o Príncipe dos reis da terra.
Àquele que nos ama
e pelo seu sangue nos libertou do pecado
e fez de nós um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai,
a Ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amen.
Ei-l'O que vem entre as nuvens
e todos os olhos O verão,
também aqueles que O trespassaram:
por causa d'Ele hão de lamentar-se todas as tribos da terra.
Sim. Amen.
«Eu sou o Alfa e o Ómega,
– diz o Senhor Deus –
Aquele que é, que era e que há de vir,
o Senhor do Universo».
Palavra do Senhor.
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Is 61, 1 (cf. Lc 4, 18)
Refrão: Louvor a Vós, Rei da eterna glória.
O Espírito do Senhor está sobre mim:
Ele me enviou a anunciar a boa nova aos pobres.
Refrão
EVANGELHO Lc 4, 16-21
«O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu»
É agora o próprio Senhor Jesus a afirma que n'Ele se cumpre a palavra do profeta que acabava de ler na celebração de Nazaré e onde se declarava que Ele é o Ungido Senhor, enviado a anunciar a boa nova. O mesmo continua a realizar agora nos membros do seu Corpo, para tal ungidos com o Óleo santo, que de Cristo tira o nome, o Crisma.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo,
Jesus foi a Nazaré, onde Se tinha criado.
Segundo o seu costume,
entrou na sinagoga a um sábado
e levantou-Se para fazer a leitura.
Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías
e, ao abrir o livro,
encontrou a passagem em que estava escrito:
«O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque Ele me ungiu,
para anunciar a Boa Nova aos pobres.
Ele me enviou a proclamar a redenção aos cativos
e a vista aos cegos,
a restituir a liberdade aos oprimidos,
a proclamar o ano da graça do Senhor».
Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se.
Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga.
Começou então a dizer-lhes:
«Cumpriu-se hoje mesmo
esta passagem da Escritura que acabais de ouvir».
Palavra da salvação.
8. Depois da leitura do Evangelho, o bispo faz a homilia a partir do texto das leituras que foram feitas na liturgia da palavra, fala ao povo e aos presbíteros sobre a unção sacerdotal, exortando os presbíteros à fidelidade no exercício do seu ministério e convidando-os a renovar publicamente as suas promessas sacerdotais.
Renovação das promessas sacerdotais
9. Terminada a homilia, o bispo dirige-se aos presbíteros com estas palavras ou outras semelhantes:
Bispo:
Filhos caríssimos:
nesta comemoração anual do dia em que Cristo comunicou aos apóstolos e a nós o seu sacerdócio, quereis renovar as promessas que fizestes, no dia da ordenação, diante do vosso bispo e do povo santo de Deus?
Os presbíteros respondem todos ao mesmo tempo: Sim, quero.
Bispo:
Quereis viver mais intimamente unidos a Cristo e configurar-vos com Ele, renunciando a vós mesmos e permanecendo fiéis aos compro­missos que, por amor de Cristo e da sua Igreja, aceitastes alegre­mente no dia da vossa ordenação sacerdotal?
Os presbíteros respondem todos ao mesmo tempo: Sim, quero.
Bispo:
Quereis permanecer fiéis dispensadores dos mistérios de Deus na ce­lebração eucarística e nas outras ações litúrgicas e desempenhar fielmente o ministério da pregação, como seguidores de Cristo, Ca­beça e Pastor, sem ambicionar bens temporais, mas movidos unicamente pelo zelo das almas?
Os presbíteros respondem todos ao mesmo tempo: Sim, quero.
Em seguida, dirigindo-se ao povo, o bispo diz:
E agora, filhos caríssimos, orai pelos vossos presbíteros, para que o Senhor derrame abundantemente sobre eles as suas bênçãos, a fim de que sejam ministros fiéis de Cristo, Sumo Sacerdote, e vos conduzam a Ele, única fonte de salvação.
Povo: Cristo, ouvi-nos. Cristo, atendei-nos.
Bispo:
Rezai também por mim, para que seja fiel ao ministério apostólico que me foi confiado e seja imagem, cada vez mais viva e perfeita, de Cristo Sacerdote, Bom Pastor, Mestre e Servo de todos.
Povo: Cristo, ouvi-nos. Cristo, atendei-nos.
Bispo:
O Senhor nos guarde a todos no seu amor e a todos, pastores e rebanho, conduza à vida eterna.
Todos: Amen.
10. Não se diz o Credo nem a oração universal.
11. ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Nós Vos pedimos, Senhor,
que o poder deste sacrifício nos purifique do antigo pecado,
nos faça crescer na vida nova e nos alcance a salvação.
Por Cristo nosso Senhor.
12. PREFÁCIO O sacerdócio de Cristo e o ministério dos sacerdotes
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte.
Pela unção do Espírito Santo,
constituístes o vosso Filho unigénito
Pontífice da nova e eterna aliança
e, na vossa inefável providência,
quisestes perpetuar na Igreja o seu único sacerdócio.
Ele eleva à dignidade do sacerdócio real todo o povo resgatado,
mas também, na sua bondade fraterna, escolhe alguns homens,
que, pela imposição das mãos,
se tornam participantes do seu sagrado ministério.
Eles renovem, em nome de Cristo,
o sacrifício da redenção humana,
preparando para os vossos filhos o banquete pascal;
eles sirvam o vosso povo santo com diligente caridade,
alimentando-o com a palavra
e fortalecendo-o com os sacramentos.
Dando a vida por Vós e pela salvação dos irmãos,
eles se conformem à imagem de Cristo,
e deem constante testemunho de fé e de amor.
Por isso, com os anjos e todos os santos,
proclamamos a vossa glória,
dizendo (cantando) com alegria:
Santo, Santo, Santo.
13. ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 88, 2
Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor
e para sempre proclamarei a sua fidelidade.
14. ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus todo-poderoso,
que nos alimentastes com os vossos sacramentos,
fazei que sejamos no mundo
fiéis testemunhas de Cristo.
Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos.
15. A receção dos santos óleos pode fazer-se nas diversas paróquias antes da celebração da Missa vespertina da Ceia do Senhor ou noutro tempo, como parecer mais oportuno.